O Doce Circo
17/05/2012 14:15
Fomos crianças
O circo nos maravilhava.
Era doce sorrir
Mas tudo acabou
Não somos mais crianças
É preciso sentir.
(Henrique de Shivas)
Sobre o Tempo
O Maior Tirano de Todos
16/05/2012 10:33O idiota diz:
– tenho todo o tempo do mundo.
Como é idiota.
O tempo nos tem.
O tempo nos possui.
Nós não o possuímos para nós.
Não é uma propriedade
Nem estar ao nosso serviço
– é indiferente,
‘stá um passo a frente de nós.
O tempo nos subtrai
As roupas, o chapéu...
O brilho e a cor dos olhos...
Nos rouba a força dos músculos
A virilidade dos braços
A robustez da postura
E tudo o que é perecível.
Quanto mais avança
Mais nos tira o tempo
Tudo o que possuímos
E nos acrescenta somente
Aquilo que não vemos
Mas cogitamos.
Até as lembranças
O tempo leva embora
O que somos
O que vivemos
O que seríamos
A pessoa amada
Nada disso o tempo perdoa.
Sem compaixão nos leva
Incorruptível,
Indiferente,
Indestrutível,
O maior tirano de todos!
O tempo.
(Henrique de Shivas)
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Hipocrisia
Somos Monstruosos
16/05/2012 12:09Nossas virtudes esbarram em nossos defeitos mais vergonhosos...
Nossos defeitos criam a nós mais do que as nossas perfeições
Dando-nos uma forma grotesca, nojenta e fraudulenta;
Daí estarmos sempre preocupados em disfarçar as nossas monstruosidades
Com mentiras, artifícios e verbos.
(Henrique de Shivas)
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Pessimismo
Todo Esforço é Inútil
17/05/2012 14:19O empenho de um homem é um esforço inútil.
Sustenta-se no que imagina ser o seu maior bem.
O fracasso do seu esforço reside na timidez do seu salto.
Sem dúvida o sucesso,
antes de ser um bem,
É o seu maior obstáculo:
sua maior fraqueza.
Cada passo que ele dá rumo ao pódio:
Mais suscetível de uma queda ‘stá.
‘stá vulnerável...
Um golpe o derrubaria.
Enquanto se inebria de sua própria luz:
basta-lhe um descuido para capotar-lhe a vida.
‘stá embriagado de luz, sedento de altura...
É impossível evitar que suba ainda mais alto.
É impossível fazê-lo desistir...
O que ele procura lá no alto ignora;
(Todos nós ignoramos!)
É curioso demasiado para recear.
O mistério o atrai.
O mistério o extasia.
O mistério o enlouquece.
A magia de poder estar no cume
O impulsiona para o alto
Sem medir os passos.
Vai como quem não tem medo
De perder a própria vida.
Indiferente aos tropicões
O Céu é o seu objetivo,
E a terra, o limite do homem que cai.
Pobre homem que um sopro pode derrubar e apagar
Para todo o sempre!
A luz de sua alegria.
(Henrique de Shivas)
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